Pariu-nos o Abril depois de um aborto provocado,
tomámos a Liberdade como ganha,
a Democracia como adquirida.
Quisémos nascer sendo sempre crianças,
fomos um Óscar de um nobel alemão,
prostrámo-nos nessa infinda maresia e névoa
de uma Europa de dinheiros fartos.
E como o Napoleão no Triunfo dos Porcos
bebemos comemos gastámos esbanjámos...
ostentámos o que não era nosso...
Engole-nos a crise e pedimos para morrer
e nascer uma outra vez
e cantar uma nova revolução
fazer uma outra coisa que não esta democracia
que não esta europa
que não esta liberdade...
Pariu-nos o Abril num parto a ferros
após meio século de regorgitação...
Abriu-nos as pernas e largou-nos no mundo
numa jangada de pedra à deriva
foram cravos, meu senhor
foram cravos...
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