Pariu-nos o Abril depois de um aborto provocado,
tomámos a Liberdade como ganha,
a Democracia como adquirida.
Quisémos nascer sendo sempre crianças,
fomos um Óscar de um nobel alemão,
prostrámo-nos nessa infinda maresia e névoa
de uma Europa de dinheiros fartos.
E como o Napoleão no Triunfo dos Porcos
bebemos comemos gastámos esbanjámos...
ostentámos o que não era nosso...
Engole-nos a crise e pedimos para morrer
e nascer uma outra vez
e cantar uma nova revolução
fazer uma outra coisa que não esta democracia
que não esta europa
que não esta liberdade...
Pariu-nos o Abril num parto a ferros
após meio século de regorgitação...
Abriu-nos as pernas e largou-nos no mundo
numa jangada de pedra à deriva
foram cravos, meu senhor
foram cravos...
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Momentos IV
A um canto do recanto do momento daquela paixão ia buscar um sentimento agridoce, um bater de coração mais rápido, como pôr-de-sol em chamas numa tarde finda de Verão, sem sequer parar para respirar nem tocar de leve na ferida esmagando nas mãos um bocado de uma recordação, qualquer, de mulher, queimando com o frio de uma lembrança que passa de botas pesadas calcando o chão de vários gestos angustiantemente lentos, castrando o pulsar de uma emoção.
sábado, 21 de março de 2009
Primavera
Sem outonos ou invernos
o mundo não faz sentido:
sempre castanho, sempre ameno,
nem tudo é branco, nem tudo é frio.
Com um calorzinho a mais
convidando à paixão
a um invernante destino
a uma outunante escanção
Porque a vida é rodopiante
e os tempos celeres
e a crise aperta
e o mundo irrompe
e a guerra alimenta-se
e a esperança vive
e o desejo é forte
e a mudança assiste...
Sem uma pitada de cor
de que serve ter visão?
Sem uma ponta de frio
de que serve o cobertor?
Nesta rima antiga
assim, tão estilizada,
canto a Primavera da vida
canto a sua chegada!
o mundo não faz sentido:
sempre castanho, sempre ameno,
nem tudo é branco, nem tudo é frio.
Com um calorzinho a mais
convidando à paixão
a um invernante destino
a uma outunante escanção
Porque a vida é rodopiante
e os tempos celeres
e a crise aperta
e o mundo irrompe
e a guerra alimenta-se
e a esperança vive
e o desejo é forte
e a mudança assiste...
Sem uma pitada de cor
de que serve ter visão?
Sem uma ponta de frio
de que serve o cobertor?
Nesta rima antiga
assim, tão estilizada,
canto a Primavera da vida
canto a sua chegada!
domingo, 1 de março de 2009
deja vu
Rodopia na palma da mão
como se já conhecesse
o aroma dessa existência
num momento só
as cores de um retrato
antigo e desbotado.
Já viu, respirou, sentiu,
este lugar, labirinto,
que acende a memória
e queima a preto e branco
a lembrança
em lume brando
num piscar de olhar.
Momento duplicado
revisitado, a dobrar,
enchendo o espírito
e voltando a vazar
como lua e maré
brincando... amantes eternos
de um olhar.
como se já conhecesse
o aroma dessa existência
num momento só
as cores de um retrato
antigo e desbotado.
Já viu, respirou, sentiu,
este lugar, labirinto,
que acende a memória
e queima a preto e branco
a lembrança
em lume brando
num piscar de olhar.
Momento duplicado
revisitado, a dobrar,
enchendo o espírito
e voltando a vazar
como lua e maré
brincando... amantes eternos
de um olhar.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Momento III
Encher uma folha de palavras,
palavras e mais palavras
vocabulário sem sentido
frases à toa
sem sentido
sem parágrafos
e escrever escrever escrever
até que o pulso doa
mas deixar escrito
essa escrita de loucura
da insandice que é a vida
de palavras à toa.
Segunda conjugação da vida:
escrever, viver.
palavras e mais palavras
vocabulário sem sentido
frases à toa
sem sentido
sem parágrafos
e escrever escrever escrever
até que o pulso doa
mas deixar escrito
essa escrita de loucura
da insandice que é a vida
de palavras à toa.
Segunda conjugação da vida:
escrever, viver.
Momento II
O cursor a piscar e a pedir umas palavras. Que fazer quando se vai a inspiração?
VIVER, VIVER, mas viver a sério -
Escrever uma história com narrador participante e omnisciente.
Dizer não às narrativas de narradores não participantes - VIVER.
VIVER, VIVER, mas viver a sério -
Escrever uma história com narrador participante e omnisciente.
Dizer não às narrativas de narradores não participantes - VIVER.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
INVERNO
Inverno
Inferno
Invernal
Infernal
Invernar
Infernar
*Invernação
*Infernação
*Invernalidade
*Infernalidade
*Invernesco
*Invernente
Invernante
*Invernado
Invernando
Invernar
Inverneira
*Inferneira
Infernizar
Invernia
Inverniço
Inferno
Invernal
Infernal
Invernar
Infernar
*Invernação
*Infernação
*Invernalidade
*Infernalidade
*Invernesco
*Invernente
Invernante
*Invernado
Invernando
Invernar
Inverneira
*Inferneira
Infernizar
Invernia
Inverniço
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